sábado, 8 de setembro de 2007




Ao chegar em qualquer cidade do Brasil ou até mesmo do mundo e perguntar às pessoas sobre a Bahia, automaticamente a resposta que lhes vêm na cabeça é a Bahia do carnaval com trios elétricos e AXÉ, o povo preguiçoso e aquele sotaque característico. De fato, somos o povo do carnaval e do AXÉ, mas também somos do teatro, da música popular brasileira, do samba e do rock. Um povo que escreve e atua que... faz cinema de verdade.
Porém, eu - cidadã baiana, a principio acreditava que a Bahia só participou da produção cinematográfica efetiva do país, durante a década de 60 com o advento do Cinema Novo. Quando Glauber Rocha, Cacá Diegues, Nelson Pereira e entre outros, mostraram ao cenário cinematográfico local e mundial, uma Bahia que sabe produzir cinema. Para quebrar essa linha de pensamento foi necessário pesquisar, filmes, seminários – sem esquecer do sistema burocrático e cansativo que envolve o acesso, para a partir daí, conhecer o atual cinema baiano.
Uma vez feita tal busca, é impressionante descobrir que a produção local vem crescendo cada vez mais. Entretanto, ainda existem nomes importantes: Póla, Araripe, Edgard Navarro, que são desconhecidos pela população geral. Obras que ganham prêmios consagrados como: “Eu me lembro”; “Esses Moços”; “Abracadabra”, sem falar na vasta produção de curtas e documentários, que após a conquista dos prêmios são esquecidos e o acesso ao material é quase impossível. Azar daquele que vai procurar algum desses filmes em locadoras ou nos vendedores de DVD ambulante.
Mas porquê essa situação, uma vez que temos condições de encantar novamente todo o mundo com o Cinema Baiano? Esse é o questionamento que não sai da cabeça dos interessados pela causa. Bem, na verdade os brasileiros em sua maioria não possuem a cultura de valorizar e apoiar o cinema nacional. E como dizem na Bahia, “aqui o buraco é mais embaixo.”
O brasileiro é alimentado por uma economia forte e de fora que influencia desde a roupa que se usa até as produções artísticas. As salas de cinema já não têm mais espaço para tanta produção estadosunidenses, em detrimento das locais. O incentivo do estado à produção local e à cultura ainda é muito tímido e quase não existe. A única saída para quem produz e vive do cinema é a espera de patrocínio das grandes empresas ou algum projeto de apoio. Sem contar o problema do preço dos ingressos. Uma inteira que antes custava, em média, o preço de uma lata de refrigerante, hoje é quase nove vezes mais caro.
O combate à desvalorização do cinema nacional vem ganhando aliados na política brasileira com projetos de apoio à cultura nacional e formas alternativas - dentre elas: criação de Cineclubes e Cinematecas, também estão sendo realizadas. Na Bahia podemos encontrar esses incentivos no projeto “Quartas Baianas” na sala Walter da Silveira, onde acompanhamos todas as quartas algumas produções locais. Ainda assim, é necessário um apoio massivo da população geral, caso contrário o cinema baiano continuará esquecido. O que me preocupa bastante, pois, como já falava Glauber Rocha, “O cinema é a mais radical expressão da política”, então, nada mais justo do que um cinema baiano para expressar as caras da Bahia.


esse ai foi pra um concurso. :B


só pra lembrar que estou viva, nem tanto!

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