Ao som de Dance with me - Nouvelle Vague, narro essa fato vago, solto...livre.
Aline não entendeu o beijo, nem sabia como beijar sem saber que ia beijar. Mas, se entregou ao beijo e às mãos, pernas, dedos. Sentia seu corpo limitado em um pequeno espaço, como se uma bolha limitasse seu corpo e o corpo dele. Ambos gladiavam com a limitação dos corpos e se deixavam levar pelo toque. Os olhos funcionavam como bocas, o nariz como dedos, as bocas tornaram-se fios de cabelo e assim seguiam aquele ritmo frenético que Aline ainda não compreendia. Seguia um ponto, sem cor e sem forma. O ponto aparecia no braço dele, na perna dela. E a busca pelo ponto desconhecido foi se tornando cada vez mais intensa. Aparecia ali...sumia. Voltava...sumia. Até que apareceu em diversos lugares e eles se comiam, se batiam, se amavam e procuravam pelo ponto. O que era aquilo ? A felicidade tomou Aline por toda, sentia vontade de dormir no peito dele, sentia seu cheiro como se quisesse para sempre registrar aquele suor, aquele cheiro de excitação. Reviravam as pernas, mudavam de posição, sem nunca esquecer a limitação daquela bolha que parecia, a curto prazo, diminuir a cada beijo faminto. Os corpos já molhados de suor, peguentos, pediam mais e mais. Aquele momento parecia o último momento de suas vidas, onde a vontade e o desejo importavam mais que a própria sobrevivência. Como ? Depois de tanto tempo... de tanto procurar por aquele rosto moreno, e ele ali... em seus braços, brincando com a sua barriga, comendo-a com os olhos e pernas. Aline não esperava.
O ponto sumiu, o rosto moreno espera a volta dele e dela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário