

Tudo bem que já é domingo/segunda, mas não poderia deixar de citar o sábado, jamais. A priori, parecia ser mais um sábado interessante, só não sabia que se tranformaria em um dia tão único. Pela tarde, 14 Salão la no MAM ( http://www.mam.ba.gov.br/14salao/apresentacao.html). Muito bom mesmo. Depois, um breve encontro com amigos de outras primaveras. Em seguida, um breve lanche no Extra, ou era pra ser Breve.
"Conheci" um casal de italianos que estavam analisando a revista de propraganda do mercado, por um momento percebi um certo desconforto de ambos em relação à algo na parte dos vinhos, o que me levou a perguntar-lhes se tinham alguma dúvida, em portunhol, é claro. A resposta veio um pouco confusa, mas veio. Eles não entendiam o porquê do vinho Brasileiro não estar ali na divulgação do mercado. Eu, na minha santa ignorância, rebati com uma pergunta: "O Brasil produz vinhos bons?", a resposta foi imediata e em alto e bom som, "Sim, mas é claro. Vinho Brasileiro ser muito bom. Nós europeus gostamos muito". Foi que a ficha começou a cair... Depois de algumas conversas, o senhor comentou algo sobre violência na Europa, eu muito interessada, pedi que ele continuasse. A violência la, principalmente na Itália, vem crescendo em uma intensidade tal - que ele até brincou, se estivesse naquele horário (20:00 da noite) em algum lugar PARECIDO com a Boca do Rio, na Itália, não sairia vivo. Foi então que a senhora, um pouco revoltada, comentou também que a violência contra mulher é algo de outro mundo la. O que ela não ver de forma igual, apesar de todos os problemas econômicos e sociais, aqui no Brasil. Diante daquelas informações, informei-lhes que aqui nós não ficamos sabendo dos problemas de lá, que para nós (eternos terceiro mundo) o lado de lá é a salvação dos nossos problemas em solos brasileiros. Gargalhadas gostosossimas seguiram esse meu comentário que, agora percebo o quanto pareceu infantil. Eles disseram que aqui, pobre na roça pelo menos tem casa e o que comer, pouco mais tem. Lá, pobre na roça tem que dividir espaço com máquina.
Depois, não sei o que levou o senhor a falar isso, maaas, chegamos na empregada doméstica da casa deles na Itália. Percebi em sua fala, o respeito e carinho pela empregada. Porém, o que me chocou foi o fato de que licença de trabalho, para o europeu é o mesmo que reforma agrária para os nossos políticos. Para a sociedade européia, qual a vantagem em falar de direitos iguais para empregos "menores" quando se tem brasileiros imigrando ? Nenhum, né.
Expliquei que a nossa educação é essa, enxergar no primeiro mundo a imagem e semelhança do "terceirão", o que me envergonha. E eles completaram que enquanto o capital, a globalização e a mídia internacional existirem, as coisas continuarão piores a cada dia. E alertou-me também para um ponto, incentivos à cultura aqui no Brasil, não virão tão cedo (ele trabalha aqui com algo relacionado ao governo nacional). Complementei com a seguinte frase: " A cultura foi, é e sempre será um calo, uma pedra GIGANTE no caminho da política nacional." Algumas risadas seguiram, e nos despedimos. Eles precisavam encontrar a "filhote" que estava por vir.
morte e vida, stanley.
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