Há cinco dias, no dia 27 de Dezembro, eu estive em uma fila por seis horas, - das 5h30AM às 11h30AM, esperando a minha vez para votar nas eleições presidenciais, parlamentares e cívicas no meu pais, Kenya. Quando os votos estavam contados na noite, Raila Odinga, o líder da oposição disparou nas contagens, sendo quase impossível ultrapassá-lo. Por um ponto, ele estava com quase um milhão de votos. Mas de alguma forma, Mwai Kibaki, o atual presidente conseguiu uma vitória muito disputada. Eu posso viver com isso, eu não posso conviver é com o fato de que nos últimos três dias 200 kenyanos perderam suas vidas por causa dos resultados dessa eleição.
Quando a tensão ficou muito grande, eu tive que tirar meu irmão de casa porque eu estava em um bairro dominado pelos Kikuyu, a maior tribo do Kenya e também a tribo de origem do presidente Mwai Libaki. Tragicamente, Kikuyus de todas as partes do país estão se revelando um povo bruto e faminto e estão começando a retaliar(?revoltar?). Há apenas um quilômetro de onde estou ficando agora, um grupo de Kikuyus foi até a estação de polícia pedindo por uma caminhões para que eles possam usar para atravessar kikuyus de diferentes partes do país.
Entretanto, eles estão começando a exigir que tod*s *s não-kikuyus dessa região comecem a sair. Eu recentemente estive com uma amiga kikuyu da cidade de Eldoret e ela estava muito assustada. Ela é da comunidade, enquanto a maior parte deles são vizinhos da comunidade Kalejin. Devido à não-saída delas, o presidente espera pela comunidade dela. Devido a própria culpa dele, o presidente está muito irritado com a comunidade Kalejin e as outras trinta e oito comunidades. Inclusive os supostos resultados oficiais mostram que só sairam duas províncias de oito. Consequentemente, membros que todas as outras comunidades estão sentindo que o presidente robou nas eleições. Infelizmente, eles estão levando a cabo membros das três comunidades que votaram para o presidente - Kikuyu, Embu e Meru. Está começando um jogo violento de ping-pong em que os membros dessas três comunidades são apenas o estopim.
Kenya está agora em estado de pânico. Só ontem, quando o resto do mundo estava celebrando o Ano Novo trinta mulheres e crianças foram queimadas vivas em uma igreja quando procuravam refúgio. El*s foram mort*s porque alguém sondou o processo eleitoral e cabe a esse mesmo alguém facilitar ou condenar essa esse processo. El*s morreram porque não houve um mínimo esforço do poder para controlar o incêndio, que agora domina rodovias, ruas e aldeias dessa grande nação. El*s morreram porque uma massa subjetiva de intolerância ocupa o cada político, que é uma enorme decepção.
Tradução de um depoimento.
http://prod.midiaindependente.org/pt/green/2008/01/408318.shtml
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